Trabalho com e pela Internet: o que os desafios do presente podem dizer do futuro?



Parte I – Sobre proponente e co-proponente

Proponente

Nome:

Ana Paula Camelo

Estado:

São Paulo

Região:

Sudeste

Setor:

Comunidade Científica e Tecnológica

Parte II - Sobre o Workshop

Resumo do workshop

A centralidade da Internet no mundo laboral ficou evidente a partir da pandemia. O trabalho remoto e o crescente desemprego fizeram da Internet fonte de renda para muitos. Desse contexto emergem debates sobre acesso, condições dignas, segurança jurídica, formação profissional, inovação, dentre outras. Este workshop se propõe a debater as oportunidades e desafios do (presente e) futuro do trabalho, especialmente o trabalho online (web-based), que apresenta características e desafios próprios.

Objetivos e conteúdos do workshop

Tomando como base um diálogo entre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e os Princípios para a Governança da Internet, o workshop tem como objetivo discutir como as agendas e políticas em torno da Internet e do Trabalho se mostram cada vez mais interconectadas, impondo significativos desafios técnicos, jurídicos, sociais e éticos que perpassam questões como condições de trabalho, segurança jurídica, qualificação profissional (reskilling e upskilling), especialmente para profissões e empregos que acontecem em contexto 100% online. A gig economy (economia sob demanda) é uma das novas configurações que revelam essas profundas transformações que têm impactado a estrutura e o funcionamento da Internet e do mercado de trabalho. O debate se propõe a articular e aproximar diferentes setores e perspectivas a partir da participação de palestrantes que atuam diretamente com o tema, mapeando questões e preocupações comuns, singularidades e sua relação com a regulação no Brasil tanto para Internet quanto no âmbito do Direito do Trabalho. A sessão também se propõem a olhar e debater o futuro, considerando os contornos do debate internacional a fim de explorar desafios comuns e particularidades do cenário brasileiro que precisam ser enfrentadas, perpassando a área de políticas públicas, iniciativas de regulamentação e oportunidades que podem iluminar como o país pode se preparar para lidar melhor com tais desafios que são do presente e falam do futuro. Dentre estes, destacamos: acesso à Internet de qualidade; segurança digital e privacidade de dados; direitos humanos digitais; incentivo à inovação que possa resultar em novas tecnologias, serviços e produtos; marcada pela inclusão e sem discriminação de qualquer tipo. Assim, buscamos construir um debate orientado pelo encontro de perspectivas em torno do trabalho decente, desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável, inovação responsável e uma Internet aberta, segura, global e confiável.

Relevância do tema para a Governança da Internet

O mundo do trabalho tem passado por profundas transformações em razão da popularização de tecnologias digitais, bem como pelas repercussões da pandemia de Covid-19 na configuração do mercado laboral. De um lado, muitos profissionais puderam manter a sua atividade em razão do trabalho remoto via Internet (teletrabalho), o que, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), é uma tendência para os próximos anos. De outro, o aumento do desemprego e ampliação do mercado informal fez com que muitas pessoas passassem a depender das tecnologias digitais para obterem renda, a exemplo do trabalho em plataformas digitais e do empreendedorismo a partir da Internet. Assim, os debates sobre o (presente) e o futuro do trabalho – que já vinham sendo feitos, especialmente a partir de 2011, quando a expressão "quarta revolução industrial" se popularizou – foram acentuados a partir da pandemia, visto que o trabalho pela Internet suscita novas e revolve antigas questões sobre infraestrutura e acesso à Internet (reconhecida como um novo direito humano), condições dignas de trabalho, privacidade, segurança jurídica, qualificação profissional e promoção de novas competências para atuação em um mercado cada vez mais digital e marcado pela acentuação das desigualdades. presentes, dentre outras características. A intensificação e diversificação das plataformas de trabalho digital reforçam a relevância do debate, chamando atenção para o trabalho baseado na web, viabilizado por uma plataforma que oferta chamadas abertas para uma multidão de trabalhadores dispersa geograficamente (crowdwork). Diante desse contexto, considerando a intenção de estimular o diálogo social entre diferentes atores interessados no tema a partir do contexto e da realidade brasileira, o workshop se propõe a discutir quais são as oportunidades, os desafios, pontos de atenção e possíveis alternativas que, inevitavelmente, passam pela governança da Internet.

Forma de adequação da metodologia proposta

O workshop está estruturado em 4 blocos: na abertura apresenta-se a mesa, a relevância do tema e sua relação com a Governança da Internet. Na sequência, palestrantes serão convidados a compartilhar dados, experiências, e percepções pessoais e institucionais em 2 blocos de debate (20 min para cada bloco). Questões norteadoras: 1)A partir da realidade do seu setor, como você vê a intrínseca e complexa relação entre condições dignas de trabalho e direitos digitais? Quais os riscos se destacam e qual é o papel da regulação diante dessas transformações? 2)Considerando que no centro do debate sobre Futuro do Trabalho, Futuro da Internet e Economia 4.0 devem se prioritárias discussões e iniciativas relacionadas à acesso à Internet e educação digital de qualidade: há inspirações já existentes e o que não pode faltar em iniciativas futuras? A moderação vai conduzir o debate com perguntas da audiência. Nas considerações finais, todos serão convidados a destacar possibilidades de diálogos futuros

Engajamento da audiência presencial e remota

Considerando a diversidade do FIB, buscaremos construir espaços de interação desde a preparação para o Fórum, mobilizando campanhas nas redes sociais. Durante o workshop, também serão incentivadas perguntas da audiência para os palestrantes atreladas aos blocos temáticos de debate. A moderadora organizará as perguntas oriundas dos diferentes canais por afinidade temática e serão realizadas 2 rodadas para intervenção dos convidados, totalizando 20 minutos de participação da audiência. Caso o evento aconteça presencialmente, a participação da audiência online será igualmente incentivada pelo sistema de participação remota e pela # dedicada ao workshop. Serão incentivados, igualmente, a continuidade do debate por meio de redes sociais após o workshop, a fim de ampliar o diálogo. As iniciativas relacionadas à promoção do workshop e mobilização do debate serão detalhadas no relatório do workshop, avaliando sua efetividade em termos de estratégia de participação inclusiva e debate diverso.

Resultados pretendidos

O painel busca estimular o diálogo social sobre presente e futuro do trabalho com/pela Internet, aproximando conceitos e iniciativas fundamentadas no multissetorialismo (priorizado pelos espaços e projetos da Governança da Internet) e no diálogo social (pilar da Organização Internacional do Trabalho). Espera-se que o workshop seja útil para identificação dos principais gargalos e desafios conectados ao trabalho do presente e do futuro pela Internet e que seja um espaço para compartilhar boas práticas. Pretende-se também que o workshop seja uma oportunidade para aproximar as agendas sobre trabalho e Internet, frequentemente tratadas de forma apartada, e servir de ponto de partida para o fortalecimento de redes de diálogo mais diversas. Ao aproximar interlocutores, esperamos contribuir com discussões e tomadas de decisão de políticas públicas e setoriais que visam oportunidade de trabalho e de desenvolvimento da Internet inclusivos, baseados na garantia de direitos e abertos à inovação.

Relação com os príncipios do Decálogo

Universalidade

Temas do workshop

ISCI – Futuro do trabalho | QJUR – Questões legais e regulatórias | TEDU – Capacitação digital |

Aspectos de diversidade relevante

Gênero | Região | Idade ou geração |

Como a proposta integrará os aspectos de diversidade

Os palestrantes foram selecionados para garantir uma diversidade de partes interessadas, (com representantes da OIT, do Ministério da Economia, de uma empresa que utiliza aprendizado de máquina para transformar e potencializar a conexão de habilidades e carreiras para o mercado de trabalho global e pesquisadoras que se dedicam a investigar o tema a partir de diferentes objetos e metodologias), bem como diferentes perspectivas regionais (com representantes de pelo menos 3 regiões do Brasil), além de diversidade de gerações, a fim de cumprir o objetivo de refletir os desafios reais relacionados ao tema. Além disso, trabalhamos para garantir o equilíbrio de gênero e raça. Para isso, pretendemos ter 50% de mulheres participantes e diversidade racial. A fim de garantir diversidade de pontos de vista, além de contar com representantes de diferentes setores, a moderação pretende explorar diferentes facetas sobre o assunto a fim de instigar os palestrantes que vêm de diferentes origens.
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